sábado, 19 de janeiro de 2019
Grandes livros - Amor de Perdição
Visualiza atentamente os 10 primeiros minutos do documentário "Grandes Livros", dedicado a Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco e realiza a atividade proposta no manual.
domingo, 6 de janeiro de 2019
O drama romântico: características
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ao conteúdo é uma tragédia
-
à forma é um drama à maneira romântica
Características do drama romântico em
Frei Luís de Sousa
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Características da tragédia em Frei Luís de Sousa
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·
Uso
da prosa;
·
Linguagem próxima
da realidade vivida pelas personagens;
·
A valorização do homem como joguete não do destino mas das
suas próprias ações;
·
Valorização
dos sentimentos humanos das personagens (amor entre Madalena e Manuel; entre os
pais e a filha; de Telmo por Maria; de D. João por D. Madalena)
|
D. Madalena desafia o
destino, apaixonando-se por Manuel de Sousa quando ainda estava casada com D.
João de Portugal.
Manuel de Sousa
desafia politicamente o poder instituído, incendiando o seu palácio.
O sofrimento atinge
todas as personagens:
- incerteza e
angústia de D. Madalena perante a morte de D. João e de um possível regresso,
- culpa, desonra, vergonha
e dor pela ilegitimidade de Maria, sentida por Madalena e Manuel
- sentimento de
traição vivenciado por Telmo.
Mudança de rumo da situação – o incêndio e o aparecimento de D. João, que
anula a legitimidade do casamento, colocando Maria na situação de filha
ilegítima.
O momento em que o Romeiro se revela como sendo D. João de Portugal.
O auge emocional – momento em que D. Madalena sabe que D. João está vivo.
A morte para o mundo de D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho e a morte
física de Maria.
A irreversibilidade dos acontecimentos e a vulnerabilidade das
personagens provocam a piedade e a comoção.
Presença
implacável do destino
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Estrutura da obra
Como é característico do
texto dramático, Frei Luís de Sousa organiza-se em três atos, todos eles
subdivididos em cenas.
Estrutura externa
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Estrutura interna
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Ato
I
|
Palácio de Manuel de
Sousa Coutinho (Almada)
Cenas I a IV
·
Informação
sobre as personagens e o contexto em que vivem.
·
Medos e
pressentimentos de D. Madalena por causa do passado
Cenas V a VIII
·
Notícia da
vinda dos governadores.
·
Decisão de
Manuel de Sousa em incendiar a casa de família.
Cenas IX a XII
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Ato II
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Mudança para o
palácio de D. João de Portugal
Cenas I a III
Cenas IV a VIII
Cenas IX a XV
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Ato III
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Parte
baixa do Palácio de D. João, capela da Sra. da Piedade e Igreja de S. Paulo
Cena I
Cenas II a IX
Cenas X a XII
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Recorte das personagens principais
Madalena
|
Personagem nobre que representa a
mulher romântica: dominada por sentimentos exacerbados (amor-paixão).
Traços que a caracterizam:
•
a
vulnerabilidade/ fragilidade;
•
a angústia/o
medo (possível regresso do seu primeiro marido/insegurança do seu segundo
casamento);
•
a inquietação/preocupação
(saúde da filha);
•
o remorso (amou
Manuel ainda casada com D. João);
•
a superstição;
•
a paixão.
|
Manuel de Sousa Coutinho
|
Personagem nobre (cavaleiro de Malta) que representa o escritor
romântico.
Traços que o caracterizam:
•
o
desprendimento em relação aos bens materiais;
•
o forte
sentimento religioso;
•
a força de
caráter;
•
o comportamento
racional (embora se deixe dominar pelos sentimentos face à situação da filha);
•
a inquietação
(saúde da filha);
•
o remorso
(situação irregular de Maria);
•
a determinação;
•
o patriotismo;
•
a honra;
•
a coragem.
|
Maria
|
Personagem nobre que revela um comportamento simultaneamente de adulto e de
criança.
Traços que a caracterizam:
•
a ternura/meiguice;
•
a perspicácia/intuição;
•
a inteligência;
•
a curiosidade;
•
a cultura (gosto
da leitura);
•
a fantasia;
•
o patriotismo (anseia
pelo regresso de D. Sebastião e pela libertação de Portugal do jugo de
Castela);
•
a fragilidade;
•
a doença
(tuberculose).
|
O Romeiro
|
Personagem nobre que representa o
passado.
Traços que o caracterizam:
•
o patriotismo;
•
a severidade/inflexibilidade;
•
o
arrependimento;
•
a infelicidade;
•
a solidão;
•
o amor (D.
Madalena)
•
a honra.
|
Telmo
|
Velho aio da família que se mostra dividido entre o passado e o presente.
Tem um papel semelhante ao do coro das tragédias clássicas.
Traços que o caracterizam:
•
a fidelidade;
•
a humildade;
•
a honra e o
dever;
•
a dedicação a
Maria;
•
o
sebastianismo;
•
o conflito
interior.
|
Frei Jorge
|
Frade da Ordem dos Dominicanos, irmão de Manuel. Tem um papel semelhante ao do coro das tragédias clássicas.
Traços que o caracterizam:
•
o equilíbrio;
•
a prudência;
•
a crença em
Deus;
•
o bom senso,
•
o confidente/conselheiro.
|
O Sebastianismo: história e ficção
O que é o Sebastianismo?
Crença nacional no regresso de D. Sebastião,
desaparecido na batalha de Alcácer Quibir em 1578, para devolver a
independência e a liberdade a Portugal, bem como a honra e a glória do passado.
Em
Frei Luís de Sousa, o Sebastianismo está presente:
·
nas
falas de Telmo;
·
nas
esperanças de Maria;
·
nos receios de D. Madalena;
·
no
regresso do Romeiro (associação negativa, uma vez que provoca a destruição da
harmonia familiar e mesmo a morte de Maria): D. João de Portugal aparece como um antimito.
Nesta obra, estão presentes algumas
figuras históricas, no entanto o seu desempenho é essencialmente ficcionado.
A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica
Frei Luís de Sousa integra a ação durante o domínio
filipino, no início do século XVII (1599), vinte e um anos após a Batalha de
Alcácer-Quibir (4 de agosto 1578), que provocou o desaparecimento do rei D. Sebastião.
Para
impedir os governadores de Castela de se instalarem na sua casa, Manuel de
Sousa Coutinho lança-lhe fogo. Este gesto patriótico simboliza a defesa da
liberdade e da identidade de Portugal, a construção de um Portugal novo. Maria acompanha o pai nesse sentimento patriótico, com entusiasmo juvenil.
![]() |
Batalha de Alcácer-Quibir |
Paralelo entre a situação de
Portugal no tempo da ação e no tempo da escrita.
} Domínio filipino: perda de independência,
falta de identidade (1580-1640)
Nas duas épocas predominam o pessimismo,
o desencanto, a frustração.
Contextualização histórico- literária
Fontes literárias
e históricas de Frei Luís de Sousa
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilNIxYwubR1uChPRUYIBVtX0Fi1rP7NDnDF5RjBvzFqmKlxchrxlTKQwXn2EBVYv7w6Lv9u3bN04TRgTgDDNMR4Rc6yFaZOxlP74OUIJP38-YgtMUUuaL896fbDQ3uAvGb-mkGZUdVhBY/s200/img_228961830_1518251906_abig.jpg)
A obra Frei Luís de Sousa integra-se no romantismo.
Acontecimentos históricos no início do século XIX
O início
do século XIX, em Portugal, é marcado por uma grande instabilidade política:
- As invasões francesas, de 1807 a 1810.
- A fuga do Rei D. João VI e da corte para o Brasil (29 de novembro de 1807).
- A instituição da monarquia constitucional (1 de outubro de 1822).
- A crise da sucessão dinástica (D. Pedro IV vs. D. Miguel I).
![]() |
D. Pedro |
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D. Miguel |
- Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade (Revolução Francesa) como base de sustentação da ideologia liberal.
- A guerra civil entre liberais (D. Pedro) e absolutistas (D. Miguel) (1828-1834).
- A integração de Almeida Garrett no exército liberal e a participação ativa no desembarque na praia do Mindelo e no cerco do Porto.
- O restabelecimento da paz: a convenção de Évora Monte (maio de 1834).
- A ascensão de uma nova classe dominante: a burguesia.
Características do Romantismo
- Nacionalismo – valorização da pátria e dos valores nacionais (defesa de uma literatura nacional);
- Individualismo – valorização do eu face à sociedade;
- Subjetivismo – valorização do sentimento (sentimentos fortes, carregados: ciúme, amor, vingança …);
- Intensidade – exacerbamento dos estados emotivos:
• gosto pelo isolamento e pela solidão;
• obsessão da morte;
• preferência pelos ambientes noturnos
e hostis.
- Defesa dos ideais de liberdade;
- Evasão no tempo (apreço pela Idade Média) e no espaço (paisagens exóticas).
- Preocupação didático-pedagógica das obras românticas perante o novo público: burguês e iletrado;
- Valorização da prosa;
- Adoção de uma linguagem simples e coloquial
(marcas da oralidade).
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