Fontes literárias
e históricas de Frei Luís de Sousa
A obra Frei Luís de Sousa, de Almeida
Garrett, foi escrita em 1843 e publicada em 1844. Inspira-se na vida Manuel de Sousa Coutinho que, em 1613, decidiu, juntamente com a sua esposa, abraçar a vida
religiosa, ingressando no Convento de São Domingos de Benfica e a sua
mulher, D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, no Convento
do Sacramento, também em Lisboa. Ao
tornar-se frade, adotou o nome de Frei Luís de Sousa,
dedicando-se inteiramente à escrita.
A obra Frei Luís de Sousa integra-se no romantismo.
Acontecimentos históricos no início do século XIX
O início
do século XIX, em Portugal, é marcado por uma grande instabilidade política:
- As invasões francesas, de 1807 a 1810.
- A fuga do Rei D. João VI e da corte para o Brasil (29 de novembro de 1807).
- A instituição da monarquia constitucional (1 de outubro de 1822).
- A crise da sucessão dinástica (D. Pedro IV vs. D. Miguel I).
D. Pedro |
D. Miguel |
- Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade (Revolução Francesa) como base de sustentação da ideologia liberal.
- A guerra civil entre liberais (D. Pedro) e absolutistas (D. Miguel) (1828-1834).
- A integração de Almeida Garrett no exército liberal e a participação ativa no desembarque na praia do Mindelo e no cerco do Porto.
- O restabelecimento da paz: a convenção de Évora Monte (maio de 1834).
- A ascensão de uma nova classe dominante: a burguesia.
Características do Romantismo
- Nacionalismo – valorização da pátria e dos valores nacionais (defesa de uma literatura nacional);
- Individualismo – valorização do eu face à sociedade;
- Subjetivismo – valorização do sentimento (sentimentos fortes, carregados: ciúme, amor, vingança …);
- Intensidade – exacerbamento dos estados emotivos:
• gosto pelo isolamento e pela solidão;
• obsessão da morte;
• preferência pelos ambientes noturnos
e hostis.
- Defesa dos ideais de liberdade;
- Evasão no tempo (apreço pela Idade Média) e no espaço (paisagens exóticas).
- Preocupação didático-pedagógica das obras românticas perante o novo público: burguês e iletrado;
- Valorização da prosa;
- Adoção de uma linguagem simples e coloquial
(marcas da oralidade).
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